quarta-feira, 27 de junho de 2012

SOBRE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

16 de junho de 2012 | 3h 05
Marco Antonio Villa - O Estado de S.Paulo
Luiz Inácio Lula da Silva tem como princípio não ter princípio, tanto moral, ético ou político. O importante, para ele, é obter algum tipo de vantagem. Construiu a sua carreira sindical e política dessa forma. E, pior, deu certo. Claro que isso só foi possível porque o Brasil não teve - e não tem - uma cultura política democrática. Somente quem não conhece a carreira do ex-presidente pode ter ficado surpreso com suas últimas ações. Ele é, ao longo dos últimos 40 anos, useiro e vezeiro destas formas, vamos dizer, pouco republicanas de fazer política.
Quando apareceu para a vida sindical, em 1975, ao assumir a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, desprezou todo o passado de lutas operárias do ABC. Nos discursos e nas entrevistas, reforçou a falácia de que tudo tinha começado com ele. Antes dele, nada havia. E, se algo existiu, não teve importância. Ignorou (e humilhou) a memória dos operários que corajosamente enfrentaram - só para ficar na Primeira República - os patrões e a violência arbitrária do Estado em 1905, 1906, 1917 e 1919, entre tantas greves, e que tiveram muitos dos seus líderes deportados do País.
No campo propriamente da política, a eleição, em 1947, de Armando Mazzo, comunista, prefeito de Santo André, foi irrelevante. Isso porque teria sido Lula o primeiro dirigente autêntico dos trabalhadores e o seu partido também seria o que genuinamente representava os trabalhadores, sem nenhum predecessor. Transformou a si próprio - com o precioso auxílio de intelectuais que reforçaram a construção e divulgação das bazófias - em elemento divisor da História do Brasil. A nossa história passaria a ser datada tendo como ponto inicial sua posse no sindicato. 1975 seria o ano 1.
Durante décadas isso foi propagado nas universidades, nos debates políticos, na imprensa, e a repetição acabou dando graus de verossimilhança às falácias. Tudo nele era perfeito. Lula via o que nós não víamos, pensava muito à frente do que qualquer cidadão e tinha a solução para os problemas nacionais - graças não à reflexão, ao estudo exaustivo e ao exercício de cargos administrativos, mas à sua história de vida.
Num país marcado pelo sebastianismo, sempre à espera de um salvador, Lula foi a sua mais perfeita criação. Um dos seus "apóstolos", Frei Betto, chegou a escrever, em 2002, uma pequena biografia de Lula. No prólogo, fez uma homenagem à mãe do futuro presidente. Concluiu dizendo que - vejam a semelhança com a Ave Maria - "o Brasil merece este fruto de seu ventre: Luiz Inácio Lula da Silva". Era um bendito fruto, era o Messias! E ele adorou desempenhar durante décadas esse papel.
Como um sebastianista, sempre desprezou a política. Se ele era o salvador, para que política? Seus áulicos - quase todos egressos de pequenos e politicamente inexpressivos grupos de esquerda -, diversamente dele, eram politizados e aproveitaram a carona histórica para chegar ao poder, pois quem detinha os votos populares era Lula. Tiveram de cortejá-lo, adulá-lo, elogiar suas falas desconexas, suas alianças e escolhas políticas. Os mais altivos, para o padrão dos seus seguidores, no máximo ruminaram baixinho suas críticas. E a vida foi seguindo.
Ele cresceu de importância não pelas suas qualidades. Não, absolutamente não. Mas pela decadência da política e do debate. Se aplica a ele o que Euclides da Cunha escreveu sobre Floriano Peixoto: "Subiu, sem se elevar - porque se lhe operara em torno uma depressão profunda. Destacou-se à frente de um país sem avançar - porque era o Brasil quem recuava, abandonando o traçado superior das suas tradições...".
Levou para o seu governo os mesmos - e eficazes - instrumentos de propaganda usados durante um quarto de século. Assim como no sindicalismo e na política partidária, também o seu governo seria o marco inicial de um novo momento da nossa história. E, por incrível que possa parecer, deu certo. Claro que desta vez contando com a preciosa ajuda da oposição, que, medrosa, sem ideias e sem disposição de luta, deixou o campo aberto para o fanfarrão.
Sabedor do seu poder, desqualificou todo o passado recente, considerado pelo salvador, claro, como impuro. Pouco ou nada fez de original. Retrabalhou o passado, negando-o somente no discurso.
Sonhou em permanecer no poder. Namorou o terceiro mandato. Mas o custo político seria alto e ele nunca foi de enfrentar uma disputa acirrada. Buscou um caminho mais fácil. Um terceiro mandato oculto, típica criação macunaímica. Dessa forma teria as mãos livres e longe, muito longe, da odiosa - para ele - rotina administrativa, que estaria atribuída a sua disciplinada discípula. É um tipo de presidência dual, um "milagre" do salvador. Assim, ele poderia dispor de todo o seu tempo para fazer política do seu jeito, sempre usando a primeira pessoa do singular, como manda a tradição sebastianista.
Coagir ministros da Suprema Corte, atacar de forma vil seus adversários, desprezar a legislação eleitoral, tudo isso, como seria dito num botequim de São Bernardo, é "troco de pinga".
Ele continua achando que tudo pode. E vai seguir avançando e pisando na Constituição - que ele e seus companheiros do PT, é bom lembrar, votaram contra. E o delírio sebastianista segue crescendo, alimentado pelos salamaleques do grande capital (de olho sempre nos generosos empréstimos do BNDES), pelos títulos de doutor honoris causa (?) e, agora, até por um museu a ser construído na cracolândia paulistana louvando seus feitos.
E Ele (logo teremos de nos referir a Lula dessa forma) já disse que não admite que a oposição chegue ao poder em 2014. Falou que não vai deixar. Como se o Brasil fosse um brinquedo nas suas mãos. Mas não será?
MARCO ANTONIO VILLA, HISTORIADOR, É PROFESSOR DA , UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR)

domingo, 24 de junho de 2012


20 DE JUNHO

COM A RIO+20 NÃO HÁ MAIS NADA A FAZER NA CIDADE. ESTÁ COMPLETAMENTE LOTADA... POR OUTRO LADO, SAIO PARA ALMOÇAR NO RESTAURANTE QUE FREQUENTO DIARIAMENTE E ME DEPARO COM TURMAS DE JOVENS COM AS MAIS DIFERENTES VESTIMENTAS, LEVANDO SUAS MOCHILAS NAS COSTAS, SANDÁLIAS E CHINELOS NOS PÉS ALÉM DAQUELE AR DE FUTURO.
A JUVENTUDE É SEMPRE A MESMA: A MESMA JUVENTUDE DA QUAL FIZ PARTE UM DIA: CHEIA DE SONHOS E DE CERTEZA DE QUE PODERIA MUDAR O MUNDO, NEM QUE FOSSE UM POUQUINHO SÓ. PASSO EM FRENTE DA CINELÂNDIA, E LÁ ESTÃO ELES, INSTALADOS EM CIMA DA GRAMA DA PRAÇA, EM BARRACAS DE CAMPING. LINDOS JOVENS, COM AQUELAS CALÇAS JEANS, ALGUMAS CHEIAS DE BURACOS (EM MODA HÁ MUITO TEMPO) E NEM SEMPRE MUITO LIMPAS... LIGO A TELEVISÃO E LÁ ESTÃO ELES, IGUALMENTE ACAMPADOS NA QUINTA DA BOA VISTA, COM A TARDE ESCURECENDO, E A LINHA DO SOL AINDA ILUMINANDO O HORIZONTE. MISTURAM-SE COM OS ÍNDIOS, E OUTROS JOVENS DAS MAIS VARIADAS NACIONALIDADES: AFRICANOS, SULAMERICANOS,EUROPEUS, ASIÁTICOS, CHINESES, JAPONESES, NORTEAMERICANOS. TODOS SE ENTENDEM USANDO A LINGUA QUE NÃO FALHA: A LINGUAGEM DA MÍMICA.
ALÉM DO ESPAÇO GENEROSO DAS PRAÇAS, HOTÉIS, MOTÉIS, ALBERGUES, E CASAS DE FAMÍLIA ABRIGAM NOSSOS VISITANTES.
OS CHEFES DE ESTADO DEVIAM DIZER, MAS NÃO DISSERAM (ATÉ AGORA) O QUE DEVERIAM FAZER PARA SALVAR O NOSSO LINDO PLANETA AZUL, ASSUMINDO COMPROMISSOS EFETIVOS E APRESENTANDO À SOCIEDADE MUNDIAL  UM PLANEJAMENTO PRELIMINAR DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZOS, CONTENDO DEFINIÇÕES DE AÇÕES E RECURSOS, FÍSICOS E FINANCEIROS, NECESSÁRIOS PARA SALVAR 0 NOSSO PLANETA.
POR OUTRO LADO, A SOCIEDADE CIVIL COMPREENDENDO ONG'S, ESTUDANTES, ÍNDIOS, INTELECTUAIS, PROFESSORES, CIENTISTAS, INDUSTRIAIS E O POVO DE UM MODO GERAL, ESTÁ SE REUNINDO NO ESPAÇO DENOMINADO "CÚPULA DOS POVOS" (QUE OCUPA TODO O ATERRO DO FLAMENGO) PARA DISCUTIR SOLUÇÕES. EM OUTROS LOCAIS VÃO VER, POR EXEMPLO, A EXPOSIÇÃO "HUMANIDADE 2012" MONTADA NO fORTE COPACABANA. A CIDADE ESTÁ EM EBULIÇÃO COM PASSEATAS AS MAIS VARIADAS, COM AS DIVERSAS CATEGORIAS SOCIAIS APROVEITANDO A OPORTUNIDADE PARA REIVINDICAR SEUS DIREITOS.
TALVEZ, ESSE SEJA O MOMENTO DA CONSCIENTIZAÇÃO GLOBAL DE QUE TODOS SOMOS UM SÓ POVO, E ASSIM, OS OUVIDOS MOUCOS DAS AUTORIDADES DE TODOS OS CANTOS DO MUNDO ESCUTEM AS VOZES QUE SE ELEVAM PARA EXIGIR QUE A NOSSA CASA PLANETÁRIA SEJA RESPEITADA, LIMPA E CONSERVADA POR TODOS NÓS.
 

terça-feira, 19 de junho de 2012


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As marcas que Dilma e muitos outros têm


A TORTURA É INDEFENSÁVEL EM QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA E TORTURADORES TÊM DE SER PUNIDOS


19 de Junho de 2012 às 13:21


Hélio Doyle


Quem esteve preso ou conheceu pessoas que foram presas nos tempos da ditadura sabe do que a agora presidente Dilma Rousseff está falando ao narrar as torturas que sofreu em Juiz de Fora. Muitos presos brasilienses passaram por lá, pois até 1971 não existia auditoria militar em Brasília e os julgamentos eram no tribunal militar daquela cidade mineira. Aliás, muita gente sequer sabe que os acusados de crimes contra a "segurança nacional" eram julgados por auditorias militares e pelo Superior Tribunal Militar.


A repórter Sandra Kiefer e os jornais Estado de Minas e Correio Braziliense ajudam muito, com a reportagem sobre as torturas a que Dilma foi submetida, a situar bem aquele período e mostrar como era a repressão aos movimentos políticos. A tortura é indefensável em qualquer circunstância, em qualquer lugar, em qualquer sistema político. Se não leva à morte, deixa marcas físicas e psicológicas para sempre, como disse a presidente Dilma: "As marcas da tortura sou eu. Fazem parte de mim".


Diante das torturas e dos assassinatos cometidos por agentes civis e militares do regime, com o conhecimento e a conivência das mais altas autoridades, inclusive dos generais-presidentes da República, todas as demais questões a respeito daquele período têm de ser colocadas nesse contexto de cerceamento dos direitos e da liberdade e brutal repressão policial e política.


Alguns expoentes da direita, e pretensos liberais que têm acesso à grande imprensa fazem, há anos, a tentativa de colocar no mesmo balaio os crimes da ditadura e os cometidos pelos militantes das inúmeras organizações revolucionárias. Confundem deliberadamente várias questões, para tirar o mérito dos que lutaram contra a ditadura, impedir a apuração dos fatos e justificar a lei que concedeu anistia a assassinos e torturadores. Querem passar a ideia de que é a resistência armada não era legítima diante daquele regime ditatorial.


Algumas dessas falsas questões levantadas:


1) As organizações revolucionárias não lutavam pela democracia, mas pelo comunismo e pela ditadura do proletariado, e assim queriam substituir uma ditadura por outra.


É uma simplificação que desconsidera a história e a inteligência das pessoas. A luta contra a ditadura reuniu pessoas de diversas correntes políticas, com grande participação dos comunistas de diversas orientações, tradicionalmente mais organizados, mais dedicados e mais decididos. Para alguns deles, a democracia burguesa era uma etapa necessária para a construção do socialismo. Outros falavam em democracia popular, outros queriam ir direto ao socialismo. Comunistas também participaram ativamente, e em muitas regiões lideraram a resistência clandestina contra o nazismo, contra o fascismo e contra as ditaduras na América Latina e na Europa pós-guerra, lutando pela democracia sem abandonar seus objetivos estratégicos.


2) A luta armada contra a ditadura foi um erro e acirrou a repressão policial e militar contra os que queriam a volta da democracia.


É fácil, 40 anos depois, e principalmente sabendo o resultado, julgar uma decisão política sem avaliar a conjuntura e as circunstâncias que vigoravam naquele momento. A decisão pela luta armada no Brasil – e em vários outros países – explica-se e se justifica pelo quadro histórico e pela situação na época, o que não quer dizer que foi estrategicamente acertada. A ditadura havia fechado as alternativas de luta pacífica, que só voltaram na segunda metade dos anos 1970. A opção pela luta armada não foi unânime e foi criticada na época por várias organizações clandestinas, travando-se mesmo uma discussão acirrada entre "militaristas" e "pacifistas", ambos os termos usados em tom pejorativo. Mas pode-se discutir, sem sectarismos, se aquela radicalização não contribuiu para a distensão política na segunda metade da década.


3) A lei da anistia foi debatida pela sociedade e aceita pelos dois lados, não podendo ser revogada ou modificada.


Essa é uma grande mentira, geralmente contada com fatos e versões falsos, como faz o jurista Ives Gandra. A lei da anistia foi imposta pelo governo ao Congresso em um período de ditadura, e aceita como mal menor naquelas circunstâncias. Não foi um acordo entre iguais, um pacto legítimo, como se quer fazer crer. Nada impede, a não ser o medo e a força que ainda têm os que mataram e torturaram, que seja revista e deixe de proteger os criminosos da ditadura.


4) A esquerda revolucionária também cometeu inúmeros crimes, como assassinatos e sequestros, e se a anistia não vale para os dois lados, deve ser punida tanto quanto os agentes da ditadura.


Os militantes revolucionários foram presos, processados e cumpriram penas em condições sub-humanas. Muitos foram torturados e assassinatos. Já foram, pois, punidos, ao contrário dos agentes da ditadura. Mas há outro aspecto: em uma guerra, é natural que haja mortes em combate. Nenhum combatente pode ser condenado por isso, de um lado ou de outro. Mas em uma guerra não se pode torturar e assassinar a sangue frio, sem julgamento e fora de combate. O que se pede é a condenação de assassinos e torturadores.


5) O terrorismo é crime hediondo e assim os que cometeram atos terroristas teriam também de ser condenados.


As ações que realmente podem ser caracterizadas como terrorismo – o ataque indiscriminado a civis -- foram poucas, na luta contra a ditadura brasileira. Quem declarou a guerra foram os que derrubaram um governo legítimo e implantaram uma ditadura. Em uma situação de guerra, atacar um quartel, por exemplo, não é ação terrorista. Colocar bomba no saguão de um aeroporto é, sim, ação terrorista. Mas os responsáveis por ações que podem ser tachadas de terroristas já cumpriram penas ou foram mortos. Foram punidos, ao contrário dos que praticaram atos terroristas de Estado contra a população.


Defender a não punição de torturadores, sob qualquer pretexto, é ser cúmplice das torturas.

Vale tudo na política?


ERUNDINA ACABA DE ENSINAR AO PT QUE UMA ELEIÇÃO É MAIS DO QUE UM SIMPLES NEGÓCIO PRIVADO, PAGO COM DINHEIRO PÚBLICO

18 de Junho de 2012 às 22:39

Leonardo Attuch

Uma data histórica e simbólica. A segunda-feira ficará marcada como o dia em que o PT, definitivamente, malufou. E fez isso sem qualquer pudor ou vergonha. Num séquito comandado pelo ex-presidente Lula, compareceram à mansão de Paulo Maluf, em São Paulo, o candidato Fernando Haddad, o presidente da sigla, Rui Falcão, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho. Todos foram lá para, literalmente, beijar a mão de Maluf. Dono de um minuto e 30 segundos no horário eleitoral, ele os ofereceu de bandeja ao PT, não sem antes cobrar a conta: a Secretaria Nacional de Saneamento, em Brasília, que será comandada por seu aliado Osvaldo Garcia. “É bom para São Paulo”, disse Haddad, lembrando que a cidade não tinha nenhum cargo no Ministério das Cidades.
O PT, que um dia já foi um partido “sem medo de ser feliz”, vive hoje um novo momento. Talvez seja o partido sem medo desse infeliz. Maluf, como se sabe, já respondeu a diversos processos por corrupção e está na lista de figuras procuradas pela Interpol. Obras realizadas por ele na capital paulista, como o túnel Ayrton Senna e a Avenida Águas Espraiadas, se transformaram em símbolos de corrupção. Mas já faz tempo. Maluf, Lula e Haddad, agora, são três bons amigos.
Os petistas argumentam que, para tirar os tucanos de São Paulo, todo esforço é válido. Mas tem que ser assim? Será mesmo que todos os agentes públicos devem se render à real politik para chegar ao poder? Os eleitores aceitam esse excesso de pragmatismo? Mais do que uma simples aliança, o acordo fechado entre PT e PP teve o efeito de uma reabilitação política. Maluf, Lula e Haddad se abraçaram, fizeram sinal de positivo e posaram para fotos. Além disso, ao falar sobre o acordo, Maluf, que no governo Lula chegou a ser preso, sacramentou: “Não existe mais direita ou esquerda”.
Se é essa a lógica, a política passa a ser apenas um grande negócio privado, pago com dinheiro público. Um toma-lá-dá-cá cada vez mais escancarado. Isso tem futuro? Certamente, não. A malufização do PT provocou efeitos colaterais já no primeiro dia. Luiza Erundina, que seria vice na chapa de Haddad, pulou fora do barco no mesmo dia. “Eu não aceito”, sacramentou, abrindo espaço para que o PSB indique outro nome.
Agora, o PT terá que escolher: ou fica com Luiza Erundina, que se elegeu prefeita pelo partido em 1989, ou com Paulo Maluf, que foi derrotado por ela. Em outros tempos, seria simples. No mundo de hoje, ninguém entende mais nada.

Após desistências, caso Cachoeira tem novo juiz


JORNAL DIGITAL "BRASIL 247"

Após desistências, caso Cachoeira tem novo juiz Foto: Sérgio Lima/Folhapress

ALDERICO ROCHA SANTOS ASSUME O PROCESSO DECORRENTE DA OPERAÇÃO MONTE CARLO APÓS AFASTAMENTO DE COLEGA QUE DENUNCIOU AMEAÇAS DE MORTE E NEGATIVA DE OUTRO JUIZ DE GOIÂNIA, QUE ALEGOU RAZÃO DE "FORO ÍNTIMO", JÁ QUE É PRÓXIMO A UM DOS ACUSADOS DE PARTICIPAR DA QUADRILHA DO BICHEIRO

19 de Junho de 2012 às 23:21
247 - O juiz federal Alderico Rocha Santos se tornou, na noite desta terça-feira 19, o terceiro magistrado a cuidar do processo decorrente das investigações da Operação Monte Carlo, que revelou os esquemas do bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro. A designação foi feita pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF 1), desembargador Mário César Ribeiro, após o juiz Paulo Augusto Moreira Lima, que determinou a prisão de Cachoeira, pedir para deixar o processo (sob denúncia de ameaças), e o juiz Leão Aparecido Alves não assumir por razões de "foro íntimo" (ele mantém relação próxima com José Olímpio Queiroga Neto, um dos denunciados).
De acordo com nota divulgada pela assessoria do TRF 1, Alderico Rocha Santos deverá também acumular as funções da 5ª Vara. O processo sobre Cachoeira pertence à 11ª Vara. O processo é baseado em denúncia do Ministério Público contra 80 pessoas acusadas de participar do grupo. Os crimes de formação de quadrilha, corrupção, violação de sigilo funcional e advocacia administrativa são mencionados no processo. O novo juiz terá que ler os 53 volumes do processo antes de tomar qualquer decisão.
Confira a nota do TRF 1:
O presidente do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, desembargador federal Mário César Ribeiro, atendendo à solicitação do corregedor regional da Justiça Federal de 1.º Grau da Primeira Região, Carlos Olavo, designou o juiz federal Alderico Rocha Santos, titular da 5.ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiás, para, “sem prejuízo de suas funções na vara de origem, processar e julgar a Ação Penal n. 9272-09.2012.4.01.3500, em curso na 11.ª Vara daquela Seccional”, tendo em vista ter afirmado suspeição, por motivo de foro íntimo, o juiz federal Leão Aparecido Alves, titular da 11.ª Vara.
Assessoria de Comunicação Social
Tribunal Regional Federal da Primeira Região

sexta-feira, 15 de junho de 2012


Lagarde acredita que euro acaba em três meses se não encontrar saída para crise

12/6/2012 10:03,  Por Redação, com agências internacionais - de Washington

Lagarde pediu desculpas aos gregos por ter dito que eles não pagam impostos
O euro tem “menos de três meses” para ser salvo, segundo cálculos da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, ChristineLagarde. A executiva falou ao canal de notícias norte-americano CNN, na manhã desta terça-feira. Em linha com a análise do mega-investidor George Soros, Lagarde também afirma que a zona do euro tem apenas mais um trimestre para salvar sua moeda.
– A construção da zona do euro levou tempo e é um projeto ainda em construção — disse.
A ex-ministra da Economia francesa, no governo Sarkozy, também quer ver mais empenho dos líderes europeus na busca de uma saída política para a crise no sistema capitalista que atinge, com mais força, os países da periferia do bloco, entre eles a Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda e Itália.
– Eu os deixaria trancados até que encontrassem um plano para a Europa – diz Lagarde sobre líderes
Para a diretora do FMI, embora os espanhóis tenham recorrido a uma série de empréstimos para saldar as dívidas soberanas do país, ainda não há um pedido foram de ajuda para a Espanha. Já os gregos, segundo Lagarde, estão com um pé fora da zona do euro.
– A Grécia precisa mostrar vontade de permanecer na zona do euro – disse Lagarde.
Lagarde, no entanto, preferiu não arriscar uma previsão sobre a permanência da Grécia no bloco da moeda única:
– Trata-se de uma decisão e uma medida políticas.
A diretora-gerente do FMI também se desculpou por ter recentemente chamado os gregos de sonegadores de impostos e disse que seus comentários foram tomados de “uma maneira muito inflamada e tornou-se uma ofensa”. O FMI concedeu à Grécia em março passado um crédito de 28 bilhões de euros, após a ajuda de 30 bilhões de euros liberada em maio de 2010, da qual os gregos já receberam dois terços. As negociações sobre a entrega de novas parcelas aguardam as eleições legislativas de 17 de junho.

quinta-feira, 14 de junho de 2012


Amazon e Google entram na disputa por novos domínios na Internet

13/6/2012 13:05,  Por Redação, com Reuters - de Londres - CORREIO DO BRASIL

Amazon e Google pediram dezenas de domínios como .cloud, .buy e .book
Uma disputa sem precedentes por novos endereços na Internetteve início nesta quarta-feira, com feroz concorrência por nomes de domínio como .app, .blog e .webpor parte de interessados em romper o quase monopólio do domínio .com.
O ambicioso plano de liberalização dos endereços de Internetatraiu 1,93 mil pedidos de registro, quase metade deles provenientes da América do Norte, com gigantes como Amazon Googlesolicitando dezenas de domínios como .cloud, .buy e .book.
A liberalização dos domínios de primeiro nível para além das menos de duas dúzias de sufixos existentes -dominados por .com. .org e .net- tem por objetivo estimular a concorrência e a inovação ao oferecer às organizações maior controle sobre sua presença na Web.
Críticos dizem ser improvável que os novos sufixos ganhem espaço, e alguns detentores de marcas registradas alegam que as mudanças lhes causarão despesas desnecessárias -já que o custo de cada pedido é de US$185 mil, além das despesas operacionais- para a defesa de seu território online.
As experiências de liberalização em pequena escala conduzidas anteriormente resultaram em baixa procura por sufixos como .museum, .jobs e .travel. “No nível mais elevado, o ponto central é concorrer com o domínio .com”, disse Jonathan Robinson, membro do conselho da Afilias, uma companhia de registro de sites que solicitou mais de 100 nomes de domínio a pedido de seus clientes.
- É por isso que termos curtos, memoráveis e distintivos com três letras de extensão se tornam interessantes – disse Robinson, cuja organização já oferece infraestrutura para os domínios .org, .info e .mobi.
Foram recebidos pedidos rivais para 231 nomes de domínio, sendo o .app o mais popular, com 13 candidaturas, seguido por .inc, com 12, e .home, com 11.
Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), organização norte-americana sem fins lucrativos que administra os sistemas de domínio da Web, avaliará as solicitações até o final do ano.
Nos casos em que houver disputa, será realizado leilão, se as duas partes tiverem justificativa legítima. Os primeiros novos domínios devem entrar em operação no primeiro semestre de 2013.




O CONGRESSO NACIONAL PRECISA TER VERGONHA E COMEÇAR A RESPEITAR O POVO BRASILEIRO!!!


PT blinda Fernando Cavendish na CPI

PT blinda Fernando Cavendish na CPIFoto: Edição/247

POR 16 VOTOS A 13, PARLAMENTARES VETAM A CONVOCAÇÃO DO EMPREITEIRO, DONO DA DELTA; PRATICAMENTE TODA A BANCADA PETISTA, LIDERADA PELO RELATOR ODAIR CUNHA (PT-MG), ATUOU EM CONJUNTO NA BLINDAGEM DA EMPRESA

14 de Junho de 2012 às 12:54
247 – Por 16 votos a 13, a CPI do caso Cachoeira vetou a convocação do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta. Praticamente toda a bancada do PT, liderada pelo relator Odair Cunha (PT-MG), atuou em conjunto na blindagem da Delta. Com ele, votaram ainda, por exemplo, os depuados Paulo Teixeira (PT-SP), vice-presidente da CPI, e Cândido Vaccarezza (PT-SP).
A decisão foi recebida sob protestos de vários parlamentares. Entre eles, Miro Teixeira (PDT-RJ). "Ora, qual é o foco desta CPI, se não o senhor Cavendish e a empreiteira Delta?", indagou. "Era Cavendish quem dizia que, com R$ 6 milhões, comprava um senador e que, com R$ 30 milhões, conseguia muito mais".
Curiosamente, há dois dias, o governo federal decretou a Delta uma empresa inidônea, impedindo-a de fechar novos contratos públicos. Agora, o PT tenta evitar a convocação do diretor-geral do DNIT, Luiz Antônio Pagot. A Delta é a maior empreiteira do PAC.

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sexta-feira, 8 de junho de 2012

CASSAÇÃO DE CÉSAR MAIA ALTERA HORIZONTE POLÍTICO DO RIO


CORREIO DO BRASIL

7/6/2012 0:40,  Por Redação - do Rio de Janeiro

Cesar Maia está, temporariamente, fora do quadro político fluminense
Cassado por improbidade administrativa, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia precisará recorrer da sentença que o mantém afastado das urnas por cinco anos e, caso seja mal sucedido no recurso ao Tribunal de Justiça, o partido dele, o Democratas, sofrerá mais uma pesada derrota no panorama político nacional, após os episódios que afastaram o então governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e, agora, o senador Demóstenes Torres. Em todos os fatos que atingem a agremiação de extrema direita, a improbidade administrativa está no centro das ocorrências.
Cesar Maia, que esperava voltar à vida pública como vereador nas próximas eleições, além dos direitos políticos cassados por cinco anos, também foi condenado na ação movida pelo Ministério Público Estadual (MPE) ao pagamento de multa no valor de R$ 149.432,40. A decisão, divulgada no início da noite desta quarta-feira, coube ao juiz Ricardo Coimbra da Silva Starling Barcellos, da 13ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O magistrado encontrou irregularidades no contrato e na execução de obras e serviços – orçados em R$ 149.432,40 – da construção da Igreja de São Jorge, em Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade.
A cassação de Maia abre um novo panorama para as eleições deste ano e fortalece a candidatura do atual prefeito, Eduardo Paes, à reeleição. Maia e o ex-governador do Estado e deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) fizeram uma aliança para lançar seus filhos Rodrigo e Clarissa à sucessão municipal, ora prejudicada pela decisão judicial. Pouco tempo depois de anunciada a sentença, em nota, o ex-prefeito afirmou que pretende recorrer, mesmo sem conhecer, exatamente, o teor da decisão.
“Sequer sei do que se trata. Mas, como é na primeira instância, o recurso esclarecerá tudo. Aliás, como tem sido”, disse Cesar Maia aos jornais.
Junto com o ex-prefeito, três funcionários da RioUrbe, órgão responsável pelo contrato, também foram condenados ao pagamento da mesma multa: Jorge Roberto Fortes, diretor-presidente, Gerônimo de Oliveira Lopes, diretor de Administração e Finanças, e Lourenço Cunha Lana, assessor jurídico.

quinta-feira, 7 de junho de 2012


Proposta do voto aberto acaba com esperanças de Demóstenes

6/6/2012 13:19,  Por Redação - de Brasília -CORREIO DO BRASIL

A PEC do voto secreto recebeu o apoio do senador Pedro Simon (PMDB-RS)
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece o voto aberto como princípio geral das decisões legislativas e acaba com o voto secreto em processos de cassação de mandato parlamentar e no exame de vetos presidenciais, a ser incluída na pauta de votações no Plenário do Senado na quarta-feira da semana que vem, segundo levantamento informal realizado pelo Correio do Brasil, será aprovada com ampla margem de votos. A proposta já passou por cinco sessões de discussão o presidente da Casa, senador José Sarney, atendeu aos pedidos de parlamentares como Pedro Simon (PMDB-RS), Pedro Taques (PDT-MT) e seu primeiro signatário, senador Paulo Paim (PT-RS), para a inclusão matéria para votação.
Uma vez aprovada, praticamente esgotam-se quaisquer possibilidades de permanência no cargo para o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). A pressão popular e o andamentos da ações criminais que envolvem o parlamentar e o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, têm sido um importante vetor para a tramitação urgente no processo que estabelece o voto aberto para o julgamento dos parlamentares acusados de quebra do decoro parlamentar.
A PEC acrescenta artigo à Constituição para estabelecer o voto ostensivo como princípio geral das votações do Congresso, da Câmara e do Senado. De acordo com a proposta, passarão a ser abertas as votações para decidir sobre perda de mandato de deputado ou senador por descumprimento de conduta prevista na Constituição, quebra de decoro ou condenação criminal. Também serão escolhidos por voto ostensivo, após arguição, governador de território e dirigentes do Banco Central. A proposta também altera a Constituição para determinar que sejam abertas as decisões, em sessão conjunta do Congresso, sobre veto presidencial.
Como exceção, a proposta mantém o voto secreto na escolha de magistrados, ministros do Tribunal de Contas da União e procurador-geral da República, além de presidentes de agências estatais ligadas a serviços de inteligência e assuntos estratégicos.
Mais transparência
Para os autores da PEC, o fim do voto secreto do parlamentar atende a clamor popular por maior transparência da atividade parlamentar, respondendo a apelo moral e ético. Eles argumentam que a democracia brasileira exige a abolição da prática, uma vez que o país não está mais sob regime autoritário, “quando se fazia necessário ocultar o voto do parlamentar em face a represálias e para proteger o exercício das funções parlamentares”.
A defesa do voto aberto em processos de cassação, feita por vários senadores, voltou ao centro das discussões no Congresso desde que foi iniciado processo contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
Propostas
Também com propósito de acabar com o voto secreto tramita no Senado a PEC de autoria do ex-senador e atual governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabal (PMDB), que recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), mas ainda precisa passar por cinco sessões de discussão antes de ser votada em primeiro turno no Plenário.
Uma outra proposta prevê o voto aberto nos casos de perda de mandato do parlamentar e rejeição de veto presidencial. Nos termos de substitutivo aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), também devem ser abertas, de acordo com o texto, as votações do Senado nas indicações de governador de território; presidente e diretores do Banco Central; e chefes missão diplomática de caráter permanente.
A proposta tramita em conjunto com a PEC do senador Álvaro dias (PSDB-PR), que recebeu parecer pela prejudicialidade. Em comum, as três PECs abrem o voto dos parlamentares quando da cassação de deputado e senador, mas apresentam variações quanto às exceções e à decisão sobre vetos.
Na Câmara
Na Câmara dos Deputados, a PEC do ex-deputado Luiz Antonio Fleury, veda o voto secreto nas deliberações do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e estende a vedação às Assembléias Legislativas dos Estados, à Câmara Legislativa do Distrito Federal e às Câmaras Municipais. O texto aguarda votação em segundo turno desde 2006 pela Câmara. Após a absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) em processo de cassação, em agosto deste ano, 13 deputados apresentaram requerimentos pedindo a inclusão da PEC na ordem do dia para a votação em segundo turno. Para grande parte dos parlamentares que se pronunciaram após a votação, a deputada foi absolvida por causa do voto secreto.