segunda-feira, 15 de setembro de 2008
domingo, 14 de setembro de 2008
SAUDADES
Noite escura... algo na estrada, bem na frente do carro... uma freada desesperada... barulho de pneus deslizando no chão... um barulho enorme e a escuridão total! e a locomotiva continuou seu caminho, puxando os vagões atrás de si...
Um homem ainda jovem, segundos atrás em plena saúde, médico querido pelos seus pacientes, uma esposa, dois filhos (também médicos) e uma netinha que ele adorava, jazia inerte dentro do carro. Nesse momento, aquele homem generoso e, fundamentalmente bom, entregava sua alma a Deus.
Ao lado do carro, um motociclista caído no chão entrava em coma profundo.
A estrada sem sinalizacão de qualquer espécie, avisando o perigo dos trens, fazia mais duas vítimas de uma só vez, que se somariam às outras vítimas da irresponsabilidade das autoridades encarregadas da seguranca dos cidadãos nas estradas.
O tempo vai passando, mas o som daquela colisão que somente ele e o motociclista ouviram na escuridão da noite, vai permanecer para sempre no coracão dos que o amavam.
Somente hoje, alguns meses depois da morte estúpida do meu irmão, tive coragem de escrever sobre isso.
A sua figura elegante, o seu violão, a sua voz, permanecerão guardados no meu coracão, até que um dia voltemos a nos encontrar em outro patamar de vida na eternidade...