segunda-feira, 28 de março de 2011

BUDA E O BUDISMO

BUDA E O BUDISMO
Buda não é o nome de uma pessoa, mas um título: significa "aquele que sabe a verdade" ou "aquele que despertou", aplicado a alguém que atingiu um nível superior de entendimento. Dessa forma, houve vários budas na história do budismo. De todos, o primeiro, Siddharta Gautama, é considerado o mais brilhante e também o fundador do budismo, no século 6 a.C., isto é, há mais de 2.600 anos.
De acordo com a narrativa convencional, o Buda nasceu em Lumbini (hoje patrimônio mundial da UNESCO), por volta do ano 536 a. C., e cresceu em Kapilavastuambos localizados onde hoje está a região do Nepal. Logo após o nascimento de Siddhartha, um astrólogo visitou o pai do jovem príncipe, Suddhodana, e profetizou que Siddhartha iria se tornar um grande rei e que renunciaria ao mundo material para se tornar um homem santo se ele, por ventura, visse a vida fora das paredes do palácio.
Entretanto, o rei Suddhodana estava determinado a ver o seu filho se tornar um rei, impedindo assim que ele saísse do palácio. Mas, aos 29 anos, apesar dos esforços de seu pai, Siddhartha se aventurou em sair do palácio por diversas vezes. Após ter tido contato, pela primeira vez, com a velhice, a doença, o sofrimento e a morte Siddharta abandonou casa, título e riqueza, e iniciou sua andança pelo mundo. Ao encontrar um grupo de brâmanes adotou suas práticas ascéticas de orações, mortificações e disciplina, em busca da iluminação. Siddhartha Gautama fez essa primeira tentativa, e quase morreu de fome ao longo do processo. Mas, depois de aceitar leite e arroz de uma menina da vila, ele mudou sua abordagem. Concluiu que as práticas ascéticas extremas, como o jejum prolongado, respiração sem pressa e a exposição à dor trouxeram poucos benefícios, espiritualmente falando. Deduziu então que as práticas eram prejudiciais aos praticantes. Ele abandonou o ascetismo, concentrando-se na meditação  anapanasati, através da qual descobriu o que hoje os budistas chamam de Caminho Do Meio: a busca de uma vida equilibrada, que não passa pela luxúria e pelos prazeres sensuais, nem pelas práticas de mortificação do corpo.
Os brâmanes ficaram escandalizados com esse conceito e o abandonaram. Sozinho, ele prosseguiu e procurou conhecer a si mesmo. Quando tinha 35 anos de idade, Siddhartha sentou em baixo de uma árvore, hoje conhecida como árvore de Bodhi, localizada no Bodh Gaya, na Índia, e prometeu não sair dali até conseguir atingir a 'iluminação'. Ali, conheceu a dúvida sobre o sucesso de sua empreitada, ao ser questionado pelo demônio chamado Mara, que simboliza o mundo das aparências e é representado em muitas ilustrações na forma de uma cobra naja. 
Diz a lenda que Mara ofereceu o nirvana a Siddharta, o estado permanente e definitivo de beatitude, felicidade e conhecimento. Essa era a meta suprema do homem religioso, obtida através de disciplina ascética e meditação. A oferta foi tentadora, mas Siddharta percebeu que isso o levaria a se distanciar do mundo e o impediria de passar seus ensinamentos adiante.
E não era essa sua intenção: ele estava ligado a todos os homens, todos eram seus irmãos e irmãs que precisavam de orientação para viver melhor.
Assim Siddharta se transformou, por volta dos 40 anos, no Buda, o iluminado. Começou na cidade de Benares (hoje Varanasi, na Índia) a ensinar o darma, isto é, o caminho para o amadurecimento e a libertação de boa parte do sofrimento na vida terrestre. A essa altura, o número de seguidores (discípulos) do budismo já havia crescido bastante, incluindo seu filho e sua esposa. Continuou suas pregações na região norte da Índia por mais 40 anos, até sua morte, convertendo numerosas pessoas e combatendo os brâmanes.
Buda sempre enfatizou que ele não era um deus e que a capacidade de se tornar um buda pertencia ao ser humano, porque este possui grande potencial para a sabedoria e a iluminação, os objetivos do budismo. De acordo com a tradição, suas últimas palavras foram: "Tudo passa. Apliquem-se em buscar a salvação".


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