domingo, 17 de agosto de 2008

NOSSOS VELHINHOS

Fui a uma casa de repouso para velhinhos... Das melhores e mais caras do Rio de Janeiro.
Ao entrar, fiquei chocada, havia uns 30 velhinhos sentadinhos em uma sala, esperando a hora do almoco. Todos limpinhos e arrumadinhos. Juntinhos.
Nos olhos de alguns eu vi a o alheamento da vida, a falta de percepcão e consciência do aqui e agora; em outros, eu vi dificuldades físicas para falar, para andar, para realizar as coisas mais simples do dia a dia; vi também as rugas de todos eles; rugas que certamente contam histórias de suas respectivas vidas...
Mas, o que mais me chocou foi pensar que aquelas pessoas um dia foram ativas, inteligentes e produtivas... como nós... o que mais me chocou foi sentir a solidão de todas elas.
Estavam juntinhas, mas não conversavam.
Perguntei a enfermeira se as famílias davam a eles, algo mais do que o pagamento mensal da instituicão. Sim, muitos eram visitados, e com freqüência passavam o fim de semana na casa de seus familiares, ou eram levados para passear. Mas também haviam os completamente abandonados... e a frase repetida, em vão, nos fins de semana: "minha filha já chegou?", "onde está o meu filho?".
Se vida tivermos, todos nós, um dia, chegaremos lá. O tempo é impiedoso e inevitável... É bom não esquecer disso.

Um comentário:

edna maria de oliveira disse...

Foi muito triste esta visita. Por outro lado sei que muitas familias não conseguem, por vários motivos, cuidar dos seus velhos em suas casas.Nada justifica o abandono.
Que Deus ilumine o nosso caminho.
Beijos, Edna